terça-feira, 28 de abril de 2009

Algum lugar do Passado

Descobri um piercing que furou o bico peito do meu coração. Agora tenho uma argola em meu coração. Não sei por que me impressiono tanto com essa doçura. Já que fui tão mais doce, e já me senti tão mais amado. Porque me impressiona tanto essas frases, esse riso, esse gato, esse beijo? Porque fui pego? Um amor esquisito, que quero mas não posso, que posso mas não quero. Porque há palavras que insistem em emudecerem? Já descobri que mais nada é para sempre? Já descobri que se nosso amor rolar, seremos fadados a acabarmos feridos? Será que apenas rir esses risos, beber esses caferes, ir para esses encontros, queimarmos na cama, será superior ao fim dolorido? - É que eu já amei demais, e grande parte de meus amores se foram com a intensidade que os vivi. Lembro de tantas, e quase todas noites dormidas juntas, que se tornaram um Bom Dia, apenas. Será que eu apunhá-lo meus amores? Será que eu apunhá-lo na partida? Como pode a maior intimidade que já tive crescer tantos metros e restar silêncio? Como eu também fui capaz de querer esquecer aquele que já dividi minhas noites, meu riso, meu choro, meu gozo? E depois, que se embarca em outro rumo, outro amor, aí então que parece que foi um filme antigo. Somos transportados para o passado, para algum lugar do passado, como se apenas fóssemos espectadores, mas não mais fazendo parte daquilo. Aqui estamos, cedo ou tarde estaremos.

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