As vezes a vida sucede tranquila. O dia passa ligeiro, corre, vamos ali, aqui, lá, ainda dá um tempo para uma soneca e Sonique. Fico feliz vejo pessoas ando passo, vou venho. Nada demais assim, mas simplesmente estou livre, e sinto na pele o real significado dessa palavra. Olhos me olham e rio, faço graça, balanço vou venho não há o que temer nem o que proteger além de meu próprio sorriso. E sorrio então, e fico tão feliz de rever falar, beber. Tudo de mais simples que nunca senti tão bem assim, sempre houveram outras coisas mais, que suprimiu isso. Mas como os sábios ensinam, tudo em seu tempo.
As aulas começaram, um curso de arte também, e fico imensamente satisfeito de não ter tanta pressa por que eu sei que o mundo não vai se acabar. E as coisas correm bem comigo. Tenho prazer em meus dias solitários, acompanhados, de tantas gentes de tantos lugares, sotaques, ofícios... E eu vou e venho por entre essas vias como pessoa comum, que vive, e é tão bom. É tão simples, tão comum, tão feliz. Eu posso dizer com toda certeza que não sinto dor alguma, que nada me incomoda tanto assim, e que me sinto agora nesse exato instante plenamente feliz, deitado prestes a dormir, um pouco cansado, apressado, amanhã acordo cedo. A rotina sucederá. E reler isso então é uma felicidade ainda maior.
Nada nem ninguém me falta um pedaço agora. Tudo está em seu devido lugar, meus livros estão nas prateleiras e sei que quando quiser-los basta pega-los lá, levar comigo, abrir, entrar naquele momento, depois ponho no lugar de volta, com cuidado por que sei que os tenho sem medo de perder, sem pressa. Porque tenho percebido e conseguido separar o que é bom do que não é, do que é precioso do que não é, do que me fará feliz e o que apenas me enganará, conseguido perceber os ladrões de tempo dos que o tornam feliz para toda lembrança. Tenho carregado comigo a poesia e o brilho de uma vida que aparece para mim, com as pessoas ao meu redor, minhas coisas, meus desenhos, meus planos que nem falo tanto assim. Mas que tem vagarosamente e solidamente me feito perceber e empurrado para cima nessa escadaria de vivências dessa palavra que gosto tanto, amadurecimento.
Eu quero que isso evolua, continue, simples sem interrupções, por que está tudo em seu lugar e se adequando ainda mais. Como é bom.
Obrigado a todo esse impulso elétrico, que não posso nomear, mas que sei que há embora não saiba nada a respeito, que gera e alimenta todo esse redor. Por favor, obrigado.
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
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