quarta-feira, 1 de julho de 2009

E-mail em meio a febre (Uma pedra que cai.) 30 julho 2009

não precisava passar aquilo por depoimento, você sabe muito bem que eu leio o seu blog.
Porque eu sei que lendo aquilo tudo, vou saber mais sobre você do que se eu apenas
perguntasse, e o pior é que eu pergunto, inutilmente. Eu leio coisas que me deixam triste,
sobre cores que desbotam, sobre antigos amores que retornam, mas você sempre coringa
à tudo isso nem toca no assunto, não sei o que é de verdade, o que é comercial. Porque você
escreve tanta coisa, escreve mais do que fala, e critica tanta coisa, faz críticas a um "teatro social"
que no fundo você adora. Já eu estou criticando o seu "teatro individualista", repleto de
monólogos, que ecoam tenebrosamente dentro dessa sua fortaleza solitária de pedras de isopor.
Eu não sou (nem nunca fui) seu inimigo, mesmo assim você não se desarma, fica sempre
na posição certa, caso precise dar um contrataque, não sei se você é assim porque a sua
vida tem sido um grande campo de batalhas, não sei muito sobre você, acho até que não
deveria estar julgando este monte de coisas, mas de uma coisa eu sei, e estou certo:
você acusa pra não ser acusado. Me acusou de infantil e foi inúmeras vezes uma criança
birrenta. Me acusou de iniciante quando você não sabia o que fazer. Me acusou de me esconder,
de não falar o que eu tinha vontade, enquanto usa um blog como intermédio para simples elogios!
Eu já disse que não gosto do jeito que você trata todo mundo como amigo, porque pra mim amizade
é uma coisa muito séria, não é brinquedo, mas não sei se você faz isso como publicidade do seu trabalho,
ou da sua pessoa, enfim, o caso é que você parece de plástico, rindo quando está triste, impermeável,
imparcial, indiferente, acenando e beijando bebês. E é claro que eu tenho medo de me machucar e de
machucar alguém que eu gosto, isso todos temos, mas se fosse pelo medo de me machucar eu não
teria aprendido a andar de patins, e se fosse pelo medo de não machucar alguém eu nunca teria beijado.
Eu sou carinhoso, amoroso, mas tive medo de supercarregar seu coração que já não aguenta mais a
esse tipo de coisa, fui no seu ritmo, meio seco, meio duro, meio receoso, eu até poderia me entregar,
mas queria que você o fizesse antes, pra eu ver se você conseguia arriscar algumas fichas.
Você até certa vez me acusou de fugir de casa pra viver com um cara (irônico), sabendo muito bem
o quanto eu prezo minha família acima de tudo, a ponto de ficar em casa numa sexta à noite contra
a minha vontade pra não dar motivos pra uma discussão que poderia ruir minha paz aqui (que é bastante frágil).
E se isso é ser criança, sou criança, mesmo pra você isso sendo absurdo. E você é independente, merece
alguém adulto e autosuficiente, acho que ainda não sirvo pra isso. Às vezes eu sumo, e você reclama que eu
não te ligo, nestes intervalos eu não ligo pra ninguém, não é pessoal. E se você faz questão de reforçar que
não temos compromisso um com o outro porque me faz cobranças deste tipo? Mas sei que não te deixo sozinho,
porque se você estiver solitário, existem muitos caras de 40 por aí querendo ir no cinema contigo, ou então
chame uns amigos adultos/drogados (isso também soa meio irônico pra mim) pra passar a noite na sua casa.

Eu to em casa, com febre, não tenho vontade de sair da cama pra nada.

Mandei tudo isso por email, pq eu não iria de sair de casa pra reclamar de você,
e só esse texto aí levaria uma tarde toda.
(e também pra você ver como é ruim ler coisas que deveriam ser ditas)


ps.:ouvindo cara estranho (los hermanos), lembrando de você, mas sem sentir saudades.

CLopes

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